Hoje vou te contar como eu faço o diagnóstico da doença de Alzheimer. Em uma consulta médica, geralmente motivada por esquecimentos, eu realizo alguns testes cognitivos – no próprio consultório – além de revisar toda história de doenças e acontecimentos importantes da vida do paciente. (doenças prévias, história de depressão ou doenças psiquiátricas, tudo isso é muito importante). Após realizar essa anamnese (entrevista) e alguns testes, eu já tenho em mãos várias informações a respeito do funcionamento cerebral do paciente e, com isso, posso levantar um suspeita diagnóstica. Em muitos caso após essa consulta e os testes que realizei em consultório eu ja consigo fechar o diagnóstico do paciente. Quando atendo casos de demência precoce ou com dúvida diagnóstica posso recorrer a exames complementares (Ressonância Magnética, PET-CT, punção lombar com biomarcadores, exames de sangue, pesquisa genética) e em alguns casos eu solicito uma bateria neuropsicológica completa (realizada por um neuropsicológico). Atualmente conseguimos um diagnóstico muito precoce da doença com os exames e a avaliação adequada; esse diagnóstico precoce é fundamental para iniciarmos neuro-reabilitação, mudanças nos hábitos de vida, dieta adequada e início de medicamentos para, assim, conseguir diminuir o avanço da doença e alcançar em muitos casos uma importante estabilidade clínica e funcional do paciente. Quando tratamos uma demência, como o Alzheimer, de maneira precoce e completa, damos ao paciente e a toda a família mais tempo com qualidade de vida; E na minha opinião como especialista em Alzheimer e demências, mais tempo com qualidade de vida é a vitória mais importante que podemos ter contra essa doença.
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Dr Tiago Araujo, neurologista em Curitiba, especialista em Alzheimer e demências