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A síndrome do cuidador e a depressão
Cuidar de outras pessoas, principalmente quando temos vínculo emocional ( familiares e amigos ) exige muito amor e paciência. Essa dedicação muitas vezes supera nossos limites físicos e mentais, gerando esgotamento, ansiedade, depressão. Algumas vezes chegamos a desejar que tudo acabe e, com isso, vem um sentimento de culpa e consequentemente a depressão.
A pessoa doente acaba, muitas vezes, descontando suas raivas e frustrações na pessoa mais próxima, ou seja, no seu cuidador. Infelizmente vejo isso cada dia de forma mais forte em meu consultório. O esgotamento, a falta muitas vezes de preparo emocional e técnico, o medo e a culpa, caminham todas juntas em direção a depressão.
Junta-se a isso toda mudança que ocorre na vida do cuidador – sua rotina muda totalmente – abandonam-se passeios, hobbies, profissão, até mesmo outros membros da família. A vida se torna cuidar e isso cobra um preço.
Sei que muitas vezes não há outra opção. Porém, na medida do possível, devemos dividir essa função de cuidador com outras pessoas. Um filho, sozinho, não pode se responsabilizar por tudo. Devemos tentar dividir o cuidado entre toda família; ter tempo livre para descansar sua mente; praticar exercícios físicos; ou simplesmente ficar quietinho no seu canto, fugindo um pouco de toda cobrança e pressão. Isso tudo ajuda a diminuir a tensão e o estresse do cuidador.
Quem possui condições financeiras e pode arcar com um cuidador profissional, nem que seja por apenas um ou dois dias por semana, deve fazer. Nesse "tempo livre" você pode recarregar suas energias e poder cuidar de si mesmo.
Se você já possui sintomas depressivos, relacionados a toda essa sobrecarga, procure auxílio. O cuidador também precisa ter saúde e ser cuidado. Muitas vezes uma boa conversa com seu médico, aprendendo modificações na maneira de cuidar, ter um tempinho livre para cuidar de si mesmo, obter dicas e orientações sobre como melhorar sintomas do paciente que esta sendo cuidado - melhorando quadros de irritabilidade, agressividade, problemas no sono ( e consequentemente reduzindo o estresse do cuidador ), ajudam muito.
Em alguns casos precisamos lançar mão de medicações para aliviar o sofrimento psíquico do cuidador. A dica, mais preciosa é: não espere uma depressão te abater para procurar ajuda.
Dr. Tiago Araújo, médico neurologista em Curitiba
A síndrome do cuidador é cada dia mais frequente.
Estima-se que até 60% dos cuidadores sofram de sintomas de ansiedade, desânimo, insônia e desesperança.
Esse elevado número é consequência do envelhecimento populacional e a falta de preparo que temos diante de tal situação.
Procurar ajuda, precocemente, tanto para a pessoa que esta debilidade quanto para o cuidador é uma peça chave para uma boa qualidade de vida.
